CONTROLE DA RESPIRAÇÃO

O grupo dorsal do bulbo recebe
sinais sensoriais a partir de quimiorreceptores periféricos, barorreceptores e
vários outros tipos de receptores nos pulmões. Esses neurônios fundamentais na
regulação do ritmo e da frequência respiratória.
O sinal inspiratório transmitidos
do Bulbo para os músculos efetores da inspiração (principalmente o diafragma)
são realizados em forma de rampa. Eles vão aumentando e intensidade até a sua
abrupta interrupção. Esse mecanismo é de fundamental importância para a
expansão dos pulmões uma vez que à medida que os músculos se contraem e o
pulmão é estendido às forças (entre elas elásticas) contrariam ao movimento
também aumentam de intensidade e aumentam a resistência ao movimento sendo
necessário cada vez mais força para aumentar a expansão pulmonar. Em síntese,
quanto maior a expansão maior será a energia utilizada pelos músculos para
realizar trabalho. Se o impulso fosse constante a expansão seria limitada de
forma rápida e ineficiente.
O impulso inspiratório em rampa,
apesar de inconsciente, possui duas qualidades passiveis de controle. O indivíduo pode controlar a velocidade de aumento do sinal em
rampa bem como o ponto de interrupção do
sinal fazendo com que o processo de inspiração leve mais ou menos tempo.
Dessa forma, poderia haver controle da frequência respiratória e amplitude do
movimento. Essa característica é uma das responsáveis pela indicação de avaliar
a frequência respiratória do paciente sem que ele perceba. Quando o paciente é
avisado previamente o seu psicológico poderá intervir no mecanismo do sinal em
rampa.
O centro pneumotáxico atua primariamente no controle do
desligamento da rampa inspiratória controlando assim a duração da fase de
expansão do ciclo pulmonar e consequentemente a frequência respiratória.
O grupo ventral de neurônios localizado no bulbo atuam tanto na
inspiração quanto na expiração. Eles permanecem quase que praticamente inativos
durante a respiração normal e tranquila. Eles são recrutados principalmente
quando há necessidade de movimentos respiratórios vigorosos. Atua
principalmente nos músculos abdominais durante a expiração aumentando a pressão
e promovendo maior volume expirado.
No processo de controle da
respiração, receptores localizados nos pulmões, atuam na prevenção da
hiperinsulfação pulmonar para prevenir lesões à estrutura pulmonar pelo
mecanismo de Hering-Breuer. Esse
mecanismo é ativado por receptores de estiramento situados nas porções musculares
dos brônquios, bronquíolos e todo o parênquima pulmonar. Esses receptores
transmitem seus impulsos pelo nervo vago para o grupo dorsal de neurônios
quando os pulmões são excessivamente distendidos, atuando como sinais
inspiratórios do centro pneumotáxico, desativando o sinal em rampa e
interrompendo o processo inspiratório. Esse sinal também influencia na
frequência respiratória.
Controle químico da respiração
Os principais elementos
responsáveis pelo controle direto são os íons hidrogênio e o dióxido de
carbono. O oxigênio quase que não influencia no controle químico direto da
respiração apenas por meio de quimiorreceptores periféricos.
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Fonte: BERNE 6ed |
Apesar do dióxido de carbono ter
potente efeito sobre o centro respiratório o estimulo declina entre 1 e 2 dias
após a estimulação constante. Parte desse declínio ocorre por mecanismos
compensatórios do corpo realizado principalmente pelo ajuste renal da
concentração de íons H+ que aumentam a reabsorção de íons bicarbonato. Assim o
efeito do CO2 tem importante efeito agudo e somente fraco quando
crônico.
O mecanismo de controle pelo O2
começa quando a sua concentração a nível sanguíneo caí para 70 mmHg e atua
pelos quimiorreceptores periféricos. Esses receptores também respondem as
alterações de H+ e de CO2 que acabam atuando
intensificando os efeitos da queda de O2. Os receptores estão nos
corpos aórticos e carotídeos e transmitem seus impulsos para a porção dorsal do
bulbo.
O processo de aclimatização é
influenciado pela concentração de O2 e o aumento da secreção de eritropoetina. A existência do espaço morto
também retarda a alteração da concentração de O2 pulmonar. Quando se
escala de forma mais lenta (dias) que forma mais rápida(horas) a respiração se
torna mais profunda e eficiente. Isso se deve pela “demora” na queda da
concentração de O2 e pela perda o efeito da H+ e do CO2
sobre o controle central pelo motivo já citado. Assim, após alguns dias as concentrações
de H+ e CO2 se estabilizam pelos mecanismos
compensatórios e a de O2 cai para níveis suficientes para promover
estimulo mais potente que o promovido pela estimulação central.
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